terça-feira, 27 de março de 2012

O que é um tubo de lava

Em regiões vulcânicas com derrames fluidos, basálticos, ocorrem feições belíssimas conhecidas como tubos de lava. Podem ter poucos metros de extensão, alcançar 11 km como o Sistema Cueva del Viento nas Ilhas Canárias ou o que tem mais que 50 km desde a alimentação até o mar e que foi formado pela erupção de 1859 do Mauna Loa, Hawaii.
Resultam do resfriamento de uma crosta de lava que forma uma carapaça com formato de tunel e o aparelho fornece alimentação contínua de lava que se desloca por seu interior. Diversas feições são tipicas de tubos de lava entre elas as mais características são cobertura de vidro no teto, estalactites de vidro pendendo do teto, marcas de fluxo simétrica nas paredes devida ao fluxo de lava. Em tubos de formação recente, são encontradas feições muito mais delicadas e frágeis como estalagmites de vidro, que exigem condições especiais para sua preservação.
Em provincias basálticas antigas como Paraná-Etendeka,  Deccan e Sibéria, não conheço relatos de tubos de lava. Me parece que isso não ocorre por três motivos principais:
(1) são preenchidos por lava com praticamente a mesma composição e com o passar do tempo, tubo e preenchimento se confundem;
(2) se permanecerem vazios, a pressão do soterramento acabará por destruí-los;
(3) como as paredes têm muito vidro na estrutura, os processos de palagonitização acabarão por facilitar seu abatimento, soterramento e destruição.
Alem do mais, em áreas tectonicamente instáveis e submetidas a vulcanismo basáltico explosivo - sim senhor ! isso existe, aconteceu no vulcanismo Serra Geral e se chama hidrovulcanismo ! - a preservação de feições tão frágeis quanto tubos de lava é praticamente impossível. 
Mas os que conhecem as dificuldades que encontramos no mapeamento faciológico e no estabelecimento da arquitetura de derrames em províncias basálticas como a do Paraná, deve concordar comigo.
Seria uma descoberta notável se mesmo um pequeno segmento de poucos metros, bem tipificado fosse encontrado, mas depois de 15 anos de trabalho no mapeamento geologico dos derrames do Serra Geral acho muito dificil que isso aconteça.
No entanto ainda espero que alguém mostre que eu estou errado.

Fotos: http://en.wikipedia.org/wiki/Lava_tube  e
http://www.goodearthgraphics.com/virtual_tube/virtube.html